Muitas vezes certos gêneros cinematográficos são tão contaminados por clichês e pela repetição de modelos outrora bem-sucedidos que o espectador mais crítico já entra no cinema cheio de opiniões formadas antes mesmo de assistir ao filme. É possível que isso aconteça com Ligeiramente Grávidos (Knocked Up).
O filme, que tem direção e roteiro de Judd Apatow, conta a história de Ben (Seth Rogen) e Alison (Katherine Heigl), o típico caso onde os opostos acabam por se atrair. Alison é uma repórter iniciante que trabalha em um canal de celebridades e acaba de receber uma promoção. Ben é um homem rechonchudo de vinte e poucos anos que, junto com um grupo de amigos, vive em uma eterna adolescência.
Por obra do acaso, os dois se encontram em uma boate e acabam conversando, dançando e bebendo um bocado, não demorando muito para que resolvam passar a noite juntos. O que era para ser apenas uma noite se torna algo muito maior. Oito semanas depois a garota descobre que está grávida.
É nesse ponto que o filme afasta-se das obviedades e começa a trilhar seu próprio caminho. O relacionamento do casal principal flui de forma natural, começando com uma amizade e evoluindo até o amor. O oposto do que acontece com o casamento de Debbie (Leslie Mann), irmã de Alison, e Pete (Paul Rudd). A crise no casamento da irmã acaba afetando Alison, pois começa a se questionar se pode ser feliz com um homem tão diferente dela. Por conta disso, às vésperas do parto, a sua relação com Ben fica abalada.
A interação entre o elenco dá às dúvidas e conflitos de cada um dos personagens uma sensibilidade invejável. A dupla formada por Ben e Pete fala sobre as ambições, medos e frustrações que afligem boa parte dos homens antes do casamento de forma muito verossímil. Da mesma forma, Alison e Debbie ajudam-se a controlar a insegurança que as dominava.
O ponto alto do filme sem dúvida alguma é o roteiro. A leveza que dá o tom de todo filme constrói um clima no qual as emoções e diálogos sérios respeitam a inteligência do espectador, criando um motivo coerente para cada acontecimento.
“Ligeiramente Grávidos” é uma excelente diversão. Humor afiado, verossimilhança e sensibilidade transformam a obra em um mar de sutilezas, se comparado à que filmes similares apresentam geralmente. Um filme que agradará tanto o fã de “besteirol” quanto quem gosta de filmes sobre relacionamentos.
[Resenha originalmente publicada em "UERJ Viu"]
O filme, que tem direção e roteiro de Judd Apatow, conta a história de Ben (Seth Rogen) e Alison (Katherine Heigl), o típico caso onde os opostos acabam por se atrair. Alison é uma repórter iniciante que trabalha em um canal de celebridades e acaba de receber uma promoção. Ben é um homem rechonchudo de vinte e poucos anos que, junto com um grupo de amigos, vive em uma eterna adolescência.
Por obra do acaso, os dois se encontram em uma boate e acabam conversando, dançando e bebendo um bocado, não demorando muito para que resolvam passar a noite juntos. O que era para ser apenas uma noite se torna algo muito maior. Oito semanas depois a garota descobre que está grávida.
É nesse ponto que o filme afasta-se das obviedades e começa a trilhar seu próprio caminho. O relacionamento do casal principal flui de forma natural, começando com uma amizade e evoluindo até o amor. O oposto do que acontece com o casamento de Debbie (Leslie Mann), irmã de Alison, e Pete (Paul Rudd). A crise no casamento da irmã acaba afetando Alison, pois começa a se questionar se pode ser feliz com um homem tão diferente dela. Por conta disso, às vésperas do parto, a sua relação com Ben fica abalada.
A interação entre o elenco dá às dúvidas e conflitos de cada um dos personagens uma sensibilidade invejável. A dupla formada por Ben e Pete fala sobre as ambições, medos e frustrações que afligem boa parte dos homens antes do casamento de forma muito verossímil. Da mesma forma, Alison e Debbie ajudam-se a controlar a insegurança que as dominava.
O ponto alto do filme sem dúvida alguma é o roteiro. A leveza que dá o tom de todo filme constrói um clima no qual as emoções e diálogos sérios respeitam a inteligência do espectador, criando um motivo coerente para cada acontecimento.
“Ligeiramente Grávidos” é uma excelente diversão. Humor afiado, verossimilhança e sensibilidade transformam a obra em um mar de sutilezas, se comparado à que filmes similares apresentam geralmente. Um filme que agradará tanto o fã de “besteirol” quanto quem gosta de filmes sobre relacionamentos.
[Resenha originalmente publicada em "UERJ Viu"]