terça-feira, 9 de outubro de 2007

De Olho no Lance

O Brasil é logo ali


"Se algum atleta se sente menosprezado de não estar na seleção brasileira não é problema meu, ele que espere ser vendido para um clube grande como Barcelona, Milan. E jogador para atuar na seleção é preciso ter ética e não falar mal dos companheiros".

Essa foi uma das últimas declarações de Dunga(foto), técnico (?) da seleção brasileira. O alvo dessa vez foi o meia Souza, jogador do São Paulo. Dunga reclamou da atitude do jogador, que reclamou publicamente da não-convocação de Rogério Ceni para a seleção.

Polêmicas a parte, o que assusta é a pequenez de pensamento do técnico da maior equipe do mundo. Todos sabem que o papel de mero exportador de talentos cada vez mais destrói o futebol brasileiro. A prova disso é o público médio dos jogos no país e o nível técnico das partidas, ambos baixos.

Sim, Barcelona e Milan são gigantes do mundo da bola. Contudo, Dunga deveria conhecer – e respeitar – a tradição de nossos clubes. Santos, Botafogo, Flamengo, Grêmio, Cruzeiro... Todos clubes seculares, com torcidas imensas e uma história de fazer inveja a vários clubes europeus.

Dunga esqueceu de dizer se considera o CSKA Moscou, o Dínamo de Kiev e o Shaktar Donetzky também são potencias futebolísticas. Afinal de contas, nosso técnico chama mais jogadores dos antes esquecidos times russos e ucranianos do que atletas dos times brasileiros. Para Dunga, o Brasil de verdade fica no leste. É logo ali, perto da Criméia.

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E Cuca voltou ao Botafogo. Que coisa não? Confesso que nunca vi caso de uma readmissão dez dias depois de um técnico se demitir. Parece piada...

Não estou discordando da volta do técnico alvinegro, muito pelo contrário. Cuca não deveria ter saído da equipe, mas agora o estrago já está feito. Carlos Augusto Montenegro, vice de futebol do clube, fez o “favor” de acabar com o resto de moral que o elenco ainda tinha. “Fazer o que, são esses caras que vão ter que jogar até o final do ano!” foi apenas uma de suas declarações infelizes.

O Botafogo ano a ano vem subindo degraus em direção a sua dignidade. Já tem uma administração moderna, o melhor estádio do país e alguma infra-estrutura. Precisa agora se livrar de seus últimos torcedores-dirigentes, gente que levou o time ao fundo do posso cinco anos atrás.

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Marion Jones(foto), medalista de ouro em três provas nos Jogos Olímpicos de Sidney (2000), assumiu ter competido sob o efeito do esteróide THG. A droga, que só foi descoberta graças a uma denúncia anônima provocou uma crise de credibilidade do esporte a alguns anos. Volta à evidência agora.

Infelizmente, o esporte de alto rendimento cada vez mais é agredido por condutas ilícitas. O dopping não está sozinho. Manipulação de resultados (Liga Italiana de Futebol 2005-2006), espionagem (Escândalo na F1 envolvendo a McLaren, esse ano) e erros grosseiros de arbitragem (Campeonato Brasileiro de 2007, Copa de 2002) são outros problemas a serem combatidos. Resta saber quando.

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